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quinta-feira, 24 de maio de 2012

A necessidade

É ar.
É sonho.
É entrega.

A necessidade é cegueira bruta. É sede intensa. É sonho louco. É desejo inconsequente.
A necessidade é.
Fatal. Mortal.  É Alma.

GRITA BEM ALTO!

      Ser estudante de comunicação. Que responsabilidade recai sobre você naturalmente. Afinal, você é a pessoa responsável por entender o pensamento atual, enveredar pelos vales do pensamento crítico, fazer uma reflexão e se movimentar para mudar o que precisa ser mudado. É tanta coisa que já estamos cansados antes mesmo de começar.
     Sabe o que eu me pergunto? O que eu pensei quando decidi ser um comunicador, um comunicólogo... A resposta? Quando pensei se jornalista, eu queria passar as notícias com veracidade, informando e alertando as pessoas que me lessem. Eu queria não deixar faltar informação e que as pessoas não fossem enganadas. Então desisti porque percebi que eu, eu não queria me sentir obrigada a escrever alguma coisa que prestasse toda semana ou todo dia. Eu queria ter a liberdade de escrever sobre o que me viesse a cabeça, quando me viesse a cabeça, do jeito que me viesse a cabeça. Então, um dia, eu pensei que tudo que eu poderia querer ser, era ser cineasta. Colocar no vídeo minhas idéias, levar as pessoas a reflexão dos mais diversos assuntos por meio dos meus filmes. Dar entretenimento, mas não um burro. Não um "besteirol americano".
     Fiquei tão feliz com essa possibilidade, eu me via tão bem como cineasta. Aí comecei a conviver com uns do tipo...Pessoal meio exagerado, meio comunista, insatisfeito com tudo e com todos, odiando o capital e o capitalismo, odiando o governo, odiando Hollywood, odiando os filmes que não fossem nem franceses e nem preto e branco. Me enchi. Eu odeio poucas coisas, essa vida de ser revolucionário 24h por dia não é para mim não. Então pensei, caramba, eu tenho que ser é publicitário. Mas não um publicitário selvagem que não liga para o que está fazendo e divulgado desde que esteja ganhando muito dinheiro. Um publicitário com tiradas inteligentes, que não negue que o consumo é importante e válido, mas que também não ache que pelo dinheiro vale tudo. Então pensei "eu posso ser essa pessoa que ENTENDE a cabeça dos consumidores". Dá para ser bom para a sociedade com isso.
     Então, no fim, eu estava lá, na faculdade de comunicação. Primeiro semestre foi o mais calmo do mundo. Eu não tinha noção de que em pouco tempo eu já estaria arrancando os cabelos. Ser estudante de comunicação é conviver com os mais variados tipos de pessoas. Até aí tudo bem, é até bom, te dá um leque sobre as pessoas. Ainda mais para mim, atriz. É ótimo para meu laboratório pessoal. Mas, chega um momento, em que você percebe que existem uns tipos exagerados. BEM exagerados mesmo. Porque tudo bem, eu posso ser uma pessoa que queira mudar as coisas que estão erradas. Eu sou até, do tipo que acha que tem muita coisa errada na política, que o salário dos professores é injusto com a categoria, eu acho mesmo que as escolas não tem infraestrutura, que os postos de saúde/hospitais precisam de atenção, eu acho que é um absurdo o Cachoeirinha ser acobertado pela imprensa e todo esse tipo de coisa. SIM! EU ACHO UM ABSURDO.
      Para não dizer que eu sou estúpida, eu até admito que as pessoas tem que pensar sobre isso. Estudantes de comunicação PRECISAM mesmo se perguntar qual o seu papel nisso tudo. AGORA, o que eu não entendo, é como que eu vou ajudar a sociedade se ao invés de estudar e me formar na profissão escolhida para que eu faça a diferença, eu ficar MILITANDO junto com o DCE ou o CA nas causas mais bananadas do mundo. Quer exigir bandejão, opa, tudo bem, sou super a favor. Quer exigir melhoras no alojamento? Beleza. .. Quer exigir "liberação da maconha" ? AH, tá de sacanagem. ISSO é essencial? ISSO É ESSENCIAL, CACETE? Que me desculpem o palavrão, mas é demais. Tudo bem, vamos em frente. Quer exigir "o fim do capitalismo e o apogeu do socialismo marxista"? AQUI, é o primeiro ponto ao qual me pergunto se eu estou na faculdade certa. SOCIALISMO? Meu Deus, eu penso, será que esses meus colegas de profissão, esses jovens que estudaram para entrar numa faculdade federal... Eles esqueceram o que significa de socialismo? Porque o que eles pedem, na verdade, se chama comunismo. E o comunismo... é inviável. Menos que o socialismo, verdade, mas muito inviável. E sinceramente, se Marx estivesse vivo, ele já teria pensado em outra coisa. Ele já teria percebido que o comunismo ou o socialismo, são movimentos de um mundo que já não existe mais.
   Então vem a ideia da greve dos professores. Eu não sou professor, mas eu acho sinceramente que esse movimento é inútil e que só prejudica aos professores e alunos. Existem outras maneiras de se reivindicar alguma coisa. O quê? Não sei, vamos ser criativos. Paralisação do trânsito em frente a faculdade. Fazer reivindicação com cobertura da mídia... Criar um site com alguma coisa. NÃO SEI, inventa. Greve vai incomodar quem e como? Vai incomodar e muito os estudantes que vão se atrasar. Então, meus professores LINDOS, lindos e sensatos resolvem não aderir a greve, porque eles enxergam essas questões todas. E o que acontece? Meus colegas, meus futuros colegas de profissão, fazem uma assembléia e decidem EXIGIR que os professores façam greve. SEGUNDO MOMENTO CRUCIAL em que eu me pergunto se estou na faculdade certa. 
   Porque eu acho que se eu quero mudar alguma coisa, preciso primeiro mudar o voto. E depois preciso rever conceitos. E depois preciso procurar saber o que está acontecendo no meu país, no meu estado, na minha cidade. Preciso parar de reclamar da boca para fora e ler um pouco de lei, conhecer um pouco melhor a constituição, entender porque é constitucional que os deputados aumentem seus salários, ou porque é legal que seja destinado tanto para a educação. É isso que falta ao estudante de comunicação. Não é falar, não é sair da cadeira, não é ter voz. O que falta é saber o que está falando. Um estudante de comunicação que faz que nem papagaio, só repete o que ouve... Esse estudante não apenas está errado, como está envergonhando e corrompendo a idéia de um comunicólogo. Porque o nosso leitor, nosso espectador, nosso consumidor, ele não pode ser aquela pessoa que pega o que a gente diz e repete, sem pensar ou sem ter um pensamento crítico. Não é isso que falamos? Então porque quando o assunto é política, o estudante sai repetindo o que acha estar certo, sem criticar? Sem pensar? E PORQUE RAIOS, só porque eu acho que a greve tem que acontecer, eu tenho que ignorar aqueles que querem estudar?!
        Eu me pergunto se estou na faculdade certa porque não posso admitir que estou equiparada a essas pessoas. Não aceito que os que estudam comigo, aqueles que tem a mesma capacidade que eu para estar onde eu estou, tenham certos tipos de atitudes. Dá vontade mesmo de gritar bem alto.

domingo, 20 de maio de 2012

Jogos Vorazes. Livros intensos.

Terminei de ler a triologia "Jogos Vorazes". Quando fechei o terceiro livro ainda chorei intensamente por mais alguns minutos, nunca um livro me deixou tão triste. Não é uma tristeza ao estilo "Ned Stark morreu" ou "Dobby morreu nos braços do Harry", foi uma tristeza super forte, super louca. Eu estava deprimida. Literalmente. Só consegui pensar 'livros não devem nos fazer sentir assim depois do ponto final'. É como se tirasse nossas esperanças. Não me entenda mal, achei o livro maravilhoso, mas é cruel. Talvez o mais cruel é que a crítica feita sobre os seres humanos e a sociedade em geral é verdadeira. Eu mal tinha terminado de ler, fui ver televisão e estava dando o programa da Eliana, no SBT. Bem na parte daquele "rola ou não rola" e entrou um cara gótico, todo transformado, com os dentes modificados para ficarem igual ao de bichos, sem sobrancelha, com uma parte do cabelo raspado, maquiado, cheio de piercings e eu me vi pensando "MEU DEUS, estamos caminhando para um futuro ao estilo 'Capital' de ser"." Estranho, e por favor, aqui tem spoilers do livro... mas assim, eu torci desde o princípio para o Peeta terminar com a Kat, para ela escolhr ele e tal, porque embora o Gale fosse um lindo, fofo, eu achava que o Peeta era mais, era o tipo que estaria lá para ela sempre que necessário. O Peeta não pensava de maneira racional, ele era o tempo todo emoção, era bonito ver. E depois de um tempo, eu vi que ele era o único que conseguia entender os sentimentos da Kat sobre aquilo que eles viveram na arena, ninguém mais. No final, meu desejo é concebido, mas é de uma maneira tão triste, tão cinzenta, que quase não dá felicidade. É tão triste que estou sensibilizada até agora.

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